Seja por conta própria ou por indicação, o simples ato de tomar remédios sem recomendação médica pode ser mais prejudicial à saúde do que se imagina. Isso porque os perigos da automedicação vão além do agravamento da doença, já que o uso inadequado de medicamentos pode causar até mesmo a morte.
É bastante comum ter em casa um estoque de comprimidos e pílulas para amenizar as dores mais diversas. Porém, o alívio dos sintomas após a automedicação nem sempre significa que houve um tratamento adequado. E muito menos que o problema foi resolvido, pois a prática pode estar mascarando problemas mais sérios.
Entenda como o uso indevido de medicamentos pode afetar a saúde e saiba como se proteger dos perigos da automedicação!
A automedicação se caracteriza pela prática de tomar remédios, sem a avaliação prévia de um profissional de saúde. Nessas situações, a pessoa tende a medicar-se por conta própria ou por indicação de amigos, familiares e conhecidos. Tal hábito geralmente está relacionado à intenção do paciente em aliviar algum sintoma.
Apesar de possuir relação com a automedicação, o uso indiscriminado de medicamentos se refere a um conceito diferente. Essa prática diz respeito ao consumo excessivo e frequente de remédios, inclusive quando há prescrição médica. Nesses casos, é bastante comum que o paciente não respeite a dosagem recomendada, bem como os intervalos de uso.
A principal causa da automedicação talvez esteja relacionada a um aspecto cultural, em que tomar remédio por conta própria, sem a necessidade de ir até o médico, alivia a dor de imediato. No entanto, outras causas podem contribuir para essa prática:
Precariedade do sistema de saúde;
Dificuldade para marcar consultas médicas;
Variedade de produtos fabricados pela indústria farmacêutica;
Venda livre de medicamentos;
Livre acesso à informações sobre doenças por meio da internet;
Falta de fiscalização na venda de medicamentos prescritos.
Ler a bula e, quando leem, muitos não entendem o que as informações querem dizer. Isso pode ser um problema, especialmente em casos de automedicação.
É na bula que estão contidas as informações relevantes a respeito do medicamento: indicação, posologia, reações, precauções e interações medicamentosas. Por meio dela, o paciente tem acesso à todas as possibilidades de ocorrência do medicamento, podendo assim evitar possíveis complicações.
Os líderes no ranking da automedicação são os anti-inflamatórios e analgésicos, especialmente aqueles que aliviam dores de cabeça e coluna. Na lista também estão remédios para combater sintomas da má digestão, gripes e resfriados.
A lista de medicamentos comumente utilizados inclui:
.Amoxil;
.Aspirina;
.Dorflex;
.Neosaldina;
.Neosoro;
.Omeprazol;
.Paracetamol;
.Sal de Fruta Eno;
.Salonpas;
.Torsilax;
.Tylenol.
O principal problema está no fato da automedicação contribuir para a dificuldade e atraso no diagnóstico de determinadas doenças, agravando o problema.
Outros riscos relacionados são:
A combinação de medicamentos pode anular ou potencializar o efeito do outro. Por esse motivo, é tão importante ler as informações contidas no campo “interação medicamentosa”, presente na bula do remédio.
Resistência de microorganismos
O uso abusivo de antibióticos pode aumentar a resistência de microorganismos, comprometendo a eficácia do tratamento. Por esse motivo, hoje a venda desse tipo de medicamento só é permitida com a retenção da receita.
Intoxicação
Os analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos são os maiores causadores de intoxicação pelo uso de medicamentos. O problema pode surgir quando há uma superdosagem na ingestão do remédio, resultando em reações alérgicas. Em quadros graves de intoxicação, pode haver a morte do paciente.
Nos casos de intoxicação infantil por uso de medicamentos, os riscos são ainda maiores em crianças com menos de seis anos de idade. O acúmulo da substância no organismo pode comprometer o funcionamento dos órgãos e gerar outras sequelas.
Dependência
O alívio imediato da dor após o uso de alguns medicamentos pode tornar-se um vício, fazendo com que o paciente não viva mais sem o remédio. O problema está no fato de que a ingestão recorrente pode fazer com que a substância não tenha mais efeito no organismo ao longo do tempo. Além disso, o abuso de medicamentos pode gerar complicações mais sérias à saúde.
Hipocondria e o vício em remédios
Pessoas viciadas em remédios e que apresentam preocupação excessiva relacionada à problemas de saúde podem ser hipocondríacas. Porém, somente o hábito de tomar medicamentos constantemente não caracteriza a hipocondria. O sintoma mais comum desse transtorno psicológico é o medo intenso e prolongado de possuir uma doença grave.
Portanto, é importante buscar ajuda médica em qualquer sinal de obsessão, seja relacionada à doenças ou ao uso de remédios.
Automedicação e Ministério da Saúde
A fim de incentivar a administração correta de remédios de acordo com as normas do SUS, o Ministério da Saúde instituiu o Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos (CNPURM).
Fonte: Minuto Saudável