Apneia do sono: sintomas e causas


Muitas vezes, a pessoa não sabe que sofre de apneia, pois o despertar do cérebro é muito sutil, sem recuperar a consciência total. Nesses casos, é o parceiro de cama que percebe a doença, pois a pessoa costuma roncar muito alto e fazer sons como se estivesse se engasgando ou sendo sufocado enquanto dorme, sintomas que são mais comuns na apneia obstrutiva.

Algumas vezes, quando estes sintomas não estão presentes (o que é mais recorrente na apneia central), o indivíduo só irá saber que tem algo de errado ao analisar alguns sintomas que são refletidos no cotidiano, como a sensação de não ter descansado durante a noite.

Alguns sintomas que podem ser sentidos pela pessoa são:

Sono excessivo durante o dia (hipersonia);
Dor de cabeça ao despertar;
Acordar com a boca seca ou com a garganta dolorida;
Dificuldade para recordar algumas informações (perda da memória recente);
Dificuldade para se concentrar;
Irritabilidade;
Acordar abruptamente durante a noite com falta de ar (mais comum em casos de apneia central);
Insônia;
Perda de interesse sexual;
Acordar muitas vezes durante a noite para urinar (nictúria).

Quando ocorre a apneia, o cérebro passa do estágio 4 ou da fase REM para um estágio mais leve, a fim de recuperar a respiração. Isso diminui a quantidade de horas nos dois estágios mais importantes do sono, o que acarreta em diversos problemas, como dificuldade para lembrar as coisas, dificuldades para prestar atenção, sonolência durante o dia, entre outros.

Tipos e causas da apneia do sono
Existem três tipos de apneia do sono: obstrutiva, central e mista, que é uma mistura das duas primeiras. Para compreender cada uma delas, é preciso ter uma certa noção de suas causas. 



Entenda:

Apneia obstrutiva do sono (AOS)
Quando dormimos, os músculos da garganta e da língua relaxam, ocupando maior espaço dentro do pescoço. Em algumas pessoas, esse relaxamento é tão intenso que pode acabar bloqueando as vias aéreas total ou parcialmente. Esse bloqueio costuma dar origem ao ronco.

Nem sempre essa obstrução é causada pelo relaxamento dos músculos. Muitas vezes, diferenças anatômicas como tamanho das passagens aéreas, língua grande, alterações no formato da cabeça e do pescoço (que podem ser muito largos), queixo afundado, desvio de septo nasal, amígdalas e adenoides grandes e até mesmo obesidade, podem ser a causa da apneia.

Em alguns casos de infecções como gripes e resfriados, quando há maior produção de muco e congestão nasal, a apneia obstrutiva pode ocorrer de forma temporária e costuma se resolver quando o indivíduo melhora da infecção. O mesmo ocorre com reações alérgicas como rinite e sinusite.

Trata-se do tipo de apneia mais frequente, sendo responsável por cerca de 80% dos casos.

Apneia central do sono (ACS)
Esse tipo de apneia ocorre por uma falha na comunicação entre o cérebro e as vias aéreas. Nesses casos, os músculos responsáveis pela respiração não recebem o sinal de que devem funcionar e, por isso, continuam estáticos. O que ocorre, então, não é uma interrupção da respiração, mas sim as vias aéreas que nem tentam respirar, por não receberem o comando para tal.

Geralmente, é causada por doenças neurológicas, como mal de Alzheimer, Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, além de danos ao cérebro como os causados por encefalite, acidente vascular cerebral, lesões, entre outros. Esse tipo está conectado, também, a problemas cardiovasculares, hipotireoidismo e insuficiência renal.

Em alguns casos, os médicos não são capazes de descobrir a origem do quadro. Nessas situações, dá-se o nome Apneia Central Idiopática.


Apneia mista do sono
Trata-se de uma mistura dos dois tipos de apneia citados acima. Algumas vezes, tratando a apneia obstrutiva, descobre-se a central, muitas vezes sem se saber, claramente, os motivos.

Fatores de risco
Sabemos as causas associadas à apneia, mas existem também fatores de risco que colaboram para que ela seja mais frequente, embora em alguns casos não se saiba exatamente o porquê.

Geral
Alguns fatores de risco se aplicam a qualquer um dos tipos de apneia do sono. Entenda:

Ser homem: A apneia do sono é 2 vezes mais frequente em homens;
Idade: Embora a condição possa se manifestar em qualquer idade, é mais comum a partir dos 40 anos;
Pressão alta: Cerca de metade das pessoas que têm apneia sofrem também com hipertensão arterial;
Álcool: Consumir bebidas alcoólicas antes de dormir piora a apneia;
Histórico familiar: A síndrome de apneia obstrutiva do sono é mais comum em pessoas que têm histórico da doença na família. Isso pode ser por conta de diferenças anatômicas que são passadas pelos genes.
A apneia do sono também está relacionada a casos de síndrome metabólica e diabetes.

Apneia obstrutiva
Obesidade: Devido a maior concentração de tecido mole no pescoço, que pesa durante o sono, obstruindo a passagem do ar;
Crianças pequenas: Devido ao maior tamanho das tonsilas palatinas e faríngeas (mais conhecidas como amígdalas e adenoides), o que pode causar obstrução nas vias aéreas;
Ter um pescoço largo: Pessoas com pescoço largo (maior que 42,5cm em homens e 37,5cm em mulheres) têm mais propensão a desenvolver apneia do sono;
Diferenças na estrutura anatômica do pescoço: Algumas pessoas podem ter as vias aéreas mais finas, por exemplo, o que torna o fluxo de ar menor do que o normal, piorando a respiração durante o sono;
Cigarro: Fumar aumenta as chances de ter qualquer tipo de obstrução das vias aéreas;
Menopausa: As mudanças nos hormônios durante a menopausa podem fazer com que os músculos da garganta relaxem mais do que o normal;
Congestão nasal: A congestão das vias aéreas superiores pode suspender a respiração durante o sono;
Uso de sedativos e medicamentos para dormir: Esses medicamentos ajudam a relaxar os músculos, causando a obstrução na garganta.

Apneia central
Problemas na coluna vertebral: Artrite, cirurgias ou tratamentos com radiação na região da coluna vertebral podem aumentar o risco de apneia central, devido ao fato de estar próximo à medula espinhal (massa de nervos que desce do cérebro até a região lombar, responsável pela comunicação entre o cérebro e o resto do corpo);
Uso de narcóticos: Analgésicos opioides como codeína, morfina e metadona aumentam o risco de apneia central;
Problemas do coração: Pessoas com insuficiência cardíaca têm maiores chances de sofrer com apneia;
Derrame: Pessoas que sofreram derrames (acidente vascular cerebral) podem ter danificado as partes do cérebro responsáveis pelo reflexo respiratório, o que ocasiona a parada respiratória durante a noite.

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